Polícia Federal mira ex-prefeitos
Ex-prefeitos corruptos podem receber visita indesejável a qualquer momento |
NORTE DE
MINAS – A Polícia Federal dessa
região está na cola dos ex-prefeitos suspeitos de corrupção. Uma série de
investigações está em andamento e muitos ex-prefeitos estão perdendo o sono,
pois podem receber a ‘visitinha’ dos federais a qualquer momento. A lista de
prisões decretadas continua aumentando. Primeiro foi o ex-prefeito de Santa
Cruz de Salinas, Albertino Teixeira. Dias depois, mais três pedidos de prisões,
decretados pela 1ª Vara da Justiça Federal de Montes Claros: Warmillon Fonseca
Braga (DEM), ex-prefeito de Pirapora; José Benedito (PT), ex-prefeito de
Janaúba e Tadeu Leite, ex-prefeito de Montes Claros.
Os ex-prefeitos são acusados de formar uma quadrilha que
desviava recursos públicos por intermédio da negociação fraudulenta de
precatórios falsos, usados para a compensação tributária de dívidas dos
municípios com a União. O esquema teria causado danos aos cofres públicos de
mais de R$ 70 milhões e existe a suspeita que a quadrilha atuou em cerca de 100
municípios.
Além dos ex-prefeitos, outras cinco pessoas foram
presas na ‘Operação Violência Invisível’, entre elas o empresário Mateus
Roberte Carias, do Espírito Santo, apontado como mentor do esquema.
Conforme Dr. Marcelo de Freitas, o ex-prefeito Tadeu
Leite não foi para as grades porque estaria para os Estados Unidos, sob
alegação de tratamento médico, mas foi considerado foragido.
Esquema – De acordo com a Polícia Federal, a empresa ‘Digicorp
Consutoria e Sistemas Ltda’ oferecia às prefeituras títulos de crédito com o
governo federal para serem usados na compensação tributária de débitos com a
União. Os papéis eram oferecidos com desconto de 30% e adquiridos por
licitações, que seriam direcionadas para a empresa capixaba, do empresário
Mateus Carias. “Só que os títulos eram falsos e a legislação proíbe a compensação
tributária pelos municípios com o uso de créditos de terceiros”,
informou o delegado.
Além de Montes Claros, Pirapora e Janaúba, a
quadrilha atuou, conforme a PF, em Águas Vermelhas, Capelinha Caratinga,
Ipatinga, Itambacuri, Janaúba, Montes Claros, Pirapora, Rio Pardo de Minas,
Várzea da Palma e Varzelândia.
A empresa Digicorp tinha como lobista Marcos Vinicius
da Silva, o Marquinhos, assessor parlamentar do deputado federal Ademir Camilo
(PDT), lotado na Câmara dos Deputados desde 2010 e que, segundo a PF, oferecia
o “negócio” para os prefeitos. O advogado Farley Soares Menezes, que presta
serviços de assessoria jurídica para vários municípios do Norte de Minas,
também prestou depoimento na Polícia Federal.
Os envolvidos irão responder por crimes contra a
istração pública, formação de quadrilha, falsidade ideológica, lavagem de
dinheiro, corrupção ativa e iva e fraude nas licitações.
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