Sindicato de Taiobeiras apresenta diagnóstico da agricultura familiar
Pequenos agricultores sofrem
prejuízos com a seca e apresentam propostas ao poder público
TAIOBEIRAS – O Sindicato dos Trabalhadores Rurais dessa cidade,
juntamente com os parceiros: Rede de Educação Cidadã, MAB, Associações
Comunitárias e STR de Indaiabira, diante da realidade que vive os agricultores e
a população em geral, que enfrenta um longo período de seca, elaboraram um
diagnóstico da situação que se encontram as famílias da agricultura familiar, que
vem se agravando nos últimos dois anos, 2012/2013. “Vivemos em uma região semiárida
com baixo volume de chuva, uma região que por suas características climáticas é
carente de recursos hídricos, por isso, precisamos de um planejamento eficiente”,
destacou Geraldo Caldeira Barbosa, presidente do Sindicato dos Trabalhadores
Rurais de Taiobeiras.
Das 30 comunidades do município de Taiobeiras, 28
delas responderam ao questionário. Foram entrevistadas 710 famílias, somando o
total de 2.484 pessoas, que representam 8% de toda a população do município,
que contribui significativamente para a economia do Território do Alto Rio
Pardo, com a produção de alimentos para consumo humano, como: Milho, feijão,
cana de açúcar, mandioca, verduras e hortifrutigranjeiros em geral. Produção
esta que movimentam as feiras livres, além da comercialização direta com os
programas PAA e PNAE, bem como, alimentos alternativos para os animais, tais
como: palma, silagem (de milho ou sorgo), ração (cana de açúcar e capim),
mandioca triturada e entre outros.
As famílias entrevistadas ocupam uma área territorial
de 18.517,1
hectares, a maioria são proprietários, os demais são
posseiros, comodatários e parceiros agrícolas.
Os mesmos cultivam uma área no total de 2.165,5 hectares.
Considera que a perca da safra de 2012/2013, chegou a media de 90% (feijão
100%, milho 90% e outras culturas 80%) de toda a produção.
O diagnostico apresenta ainda, uma área de pastagem
no total de 5.838,5
hectares, sendo que a perca foi em media de 50% do seu
total. Mesmo assim, até o momento, conseguiram manter um rebanho de 6.679 de
bovinos (de leite e corte), sendo que deste total, no decorrer do ano de 2012
até a conclusão deste diagnóstico, registram uma perca por morte de 1.393
bovinos (de leite e corte) e também houve perda de outros animais, tais como:
galinhas, porcos e outros. Entre as 710 famílias entrevistadas, somente 273
informaram que foram cadastradas no seguro safra 2012/2013, sendo que, 305 já
aram o seguro safra em anos anteriores. 188 famílias tiveram o a
algum tipo de financiamento, através dos Bancos do Nordeste e Banco do Brasil.
As reivindicações dos agricultores
Diante da situação exposta, as famílias apresentaram as
seguintes propostas para os governos Municipal, Estadual e Federal, bem como,
para os órgãos responsáveis direto ou indireto pela execução e implementação
das políticas públicas para o Desenvolvimento Rural Sustentável:
·
Que sejam
liberados recursos para construções de pequenos barramentos em rios e córregos;
·
Que as máquinas
do Território e do município sejam coladas a serviços dos agricultores
familiares para limpeza e aberturas de novos tanques;
·
Que o recurso do
“Programa Água Para Todos” sejam investidos nos projetos em andamento desde
2012;
·
Que sejam
construídas mais cisternas para captação de água da chuva para as famílias em
todas as comunidades;
·
Que sejam
construídas em curto prazo bacias de contenção, açudes e poços artesianos;
·
Que seja anistiadas
as dívidas dos agricultores familiares, tendo em vista a perca da lavoura e
animais;
·
Que seja
liberado crédito de custeio e investimento para os agricultores para a safra
2013/2014, com juros íveis e menos burocracia;
·
Providenciar
sementes para o plantio da próxima safra 2013/2014;
·
Aumento da cota
de Seguro Safra de modo que atenda maior número de agricultores que vivem da
agricultura familiar.
·
Manutenção e
conservação das estradas que liga as comunidades e o município de Taiobeiras.
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